quinta-feira, 9 de abril de 2009

tentações

na esquina, havia um doce cheiro de bolo de chocolate. Na frente do mercado, ouvia-se o estalar do pão de cachorro sendo tostado, cebola, alho se destacavam entre tantos odores saborosos. Eu, em estado provisório de regime, tentei fazer careta, mas, na verdade, minha boca encheu d'água. Corri para o terminal, lá dentro, uma moça vendia bombons feitos em casa, dentro deles havia um misterioso recheio: uva, morango, doce de leite, sei lá, tudo isso com alguns megatons de calorias. Enfiei meu fone de ouvido e dá-lhe ouvir música, mas parece que entoam mantras: foooome, foooome, fooome. Entrou uma senhora carregando um isopor, o cheiro já denunciava, haviam dezenas, quem sabe centenas de coxinhas lá dentro. Cheguei no trabalho exausto, como é dificil viver apartado de comida, quando se vive em uma sociedade em que os maiores prazeres abundam pelas ruas e calçadas, assim, a olhos vistos. Tive receio de entrar de sopetão na sala dos professores, há uma espécie de zona proibida agora, o cantinho do café, do chá e das tão perigosas bolachinhas caseiras com um pedacinho de marmelada em cima. Tenho que pensar que há uma espécie de campo radioativo, uma cerca elétrica e se chegar mais perto, sou fulminado. Ao meio dia, fiz minha refeição, mas, perdi um pouco da noção do que seria um regime, comi algumas calorias a mais, afinal, que inferno, quem faz regime em uma restaurante chinês, é a mesma coisa de um viciado em remédios ficar responsável por uma farmácia. A tarde, as tentações foram poucas, estava saciado e um pouco ressentido pelo desastroso almoço. Enfim a noite, um copo de refrigerante light e um sanduichinho. Corri para a cama, assim não corria o risto, a menos que meus desejos tão reprimidos durante o dia resolvem se vingar de mim a noite? Dormi, mas antes de dormir, pensei nas bolachinhas solitárias lá da sala dos professores...bobagem...

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