domingo, 19 de abril de 2009

Ainda estou de regime, mas resolvi dar um tempo nesses lamúrios de poucas calorias ou muitas. Estou meio adoentado ultiimanente, coisas de trabalho, muitas e muitas responsabilidades. E aí, não sei por que cargas d'água fico uma verdadeira película feita do mais delicado papel no mundo. Choro por qualquer coisa, fico amuado, chateado e penso sobretudo nas mazelas do mundo. Então, vi Susan Boyle cantar, numa espécie de show de calouros britânico. Espetáculo em que a graça maior é rir da falta de noção alheia, rir da falta de percepção de . Susan estava fadada ao riso e ao escárnio não só da platéia, mas do corpo todo de jurados. Assim que ela começou a cantar, todos os queixos, inclusive o meu caiu. Susan não derrotou apenas os jurados e suas expectativas frustadas de piada com a bobagem alheia. Susan nos derrotou, me derrotou. Provou que é capaz de abrir a boca e deixar meio milhão de pessoas com o coração suspenso, derrotando as leis da fisica que imperam sobre ela (gorda, esquisita, bizarra). Mas ela canta e como canta...E Susan Boyle me fez um bem danado, não que eu vá cantar por aí, mas certamente, vou pensar que posso ser ridículo, mas ninguém faz uma torta de brócolis como eu faço...
abraços

quinta-feira, 9 de abril de 2009

tentações

na esquina, havia um doce cheiro de bolo de chocolate. Na frente do mercado, ouvia-se o estalar do pão de cachorro sendo tostado, cebola, alho se destacavam entre tantos odores saborosos. Eu, em estado provisório de regime, tentei fazer careta, mas, na verdade, minha boca encheu d'água. Corri para o terminal, lá dentro, uma moça vendia bombons feitos em casa, dentro deles havia um misterioso recheio: uva, morango, doce de leite, sei lá, tudo isso com alguns megatons de calorias. Enfiei meu fone de ouvido e dá-lhe ouvir música, mas parece que entoam mantras: foooome, foooome, fooome. Entrou uma senhora carregando um isopor, o cheiro já denunciava, haviam dezenas, quem sabe centenas de coxinhas lá dentro. Cheguei no trabalho exausto, como é dificil viver apartado de comida, quando se vive em uma sociedade em que os maiores prazeres abundam pelas ruas e calçadas, assim, a olhos vistos. Tive receio de entrar de sopetão na sala dos professores, há uma espécie de zona proibida agora, o cantinho do café, do chá e das tão perigosas bolachinhas caseiras com um pedacinho de marmelada em cima. Tenho que pensar que há uma espécie de campo radioativo, uma cerca elétrica e se chegar mais perto, sou fulminado. Ao meio dia, fiz minha refeição, mas, perdi um pouco da noção do que seria um regime, comi algumas calorias a mais, afinal, que inferno, quem faz regime em uma restaurante chinês, é a mesma coisa de um viciado em remédios ficar responsável por uma farmácia. A tarde, as tentações foram poucas, estava saciado e um pouco ressentido pelo desastroso almoço. Enfim a noite, um copo de refrigerante light e um sanduichinho. Corri para a cama, assim não corria o risto, a menos que meus desejos tão reprimidos durante o dia resolvem se vingar de mim a noite? Dormi, mas antes de dormir, pensei nas bolachinhas solitárias lá da sala dos professores...bobagem...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

diário de um regime - primeiro dia

73 quilos, gritava a balança logo cedo. Cheguei no meu limite, dizia eu. Basta e aí fiz todo aquele discurso que sempre faço para uma platéia de um homem bem só, eu mesmo. Mas agora o negócio parece sério, estou no limite daquilo que é normal para entrar no time dos que paqueram os triglicerídeos de maneira perigosa. E aí vamos nós, vou começar aqui meu diário das agruras, sofrimentos e decisões dos que passam por um regime. Hoje já comecei com um iogurte básico, levei umas nozes na bolsa (umas 6 para ser exato) e meu almoço já está arquitetado: algumas folhas e um grelhado.
O objetivo agora é chegar aos 68 sem muito esforço, atividade física e pouco açucar, ando exagerando nos doces e nas chamadas junkie food...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

"ser jovem é ter tudo"

Ontem vi duas velhinhas, bem velhinhas realizando uma tarefa que, aos olhos de muita gente, é corriqueira: subir degraus de um ônibus. O veículo ainda estava parado no terminal e nem sinal do motorista, sorte delas, não havia pressa, poderiam levar mais tempo nessa árdua missão. As pernas subiam devagar, quase desenhando o trajeto no ar, pareciam pesadas, como se elas levantassem o peso do próprio corpo concentrado nas pernas. Exauridas da missão, sentaram-se atrás de mim e entre um fôlego e outro, uma delas, talvez a mais velha, começou a contar de uma festa de aniversário, um rapaz que faria 34 anos. A outra, ainda se recuperando da subida disse com um tom de voz que misturava encantamento, saudade e uma leve pitada de inveja:
- Nossa, 34 anos...ser jovem é ter tudo.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

resoluções

Não vou comentar minhas resoluções de início de ano, mesmo porque não fiz uma lista material com esses itens elencados, mas, de uma forma ou outra, sempre confio no ano que entra e que ele pode ser diferente do que passou.. Ai logicamente há intenções de emagrecer, estudar mais, ter mais tempo para si e para as pessoas que de fato você ama. Não sei até quando farei isso, estou cada vez mais lúcido e a cada ano que entra parece que deixo de fazer menos resoluções, não acredito muito mais em mim ou no meu empenho para essas coisas. Sei que haverá um tempo que a virada de ano será considerada por mim simplesmente uma mudança de digitos no calendário e sei que aquilo que há de melhor, que dá um certo tempero para a vida terá se extinguido: a esperança.